segunda-feira, 29 de março de 2010

Castels made of sand

Despertar tardio e com o corpo bem usado. Depois de celebrar o "jogo título", o roteiro ditou Morangoska e Cais do Sodré. De madrugada, decidi cancelar a ida à praia para a manhã seguinte e acabei por sair apressado do Mercado da Ribeira. Nunca é fácil uma noite em que somos obrigados a reconhecer que Lisboa pode ser uma cidade ameaçadora. E a de Sábado não o foi.

Mesmo sem grande ritmo, com uma ou outra piada, a noite lá se foi fazendo. O suficiente para chegar a casa já bem gasto. Hoje, inevitavelmente, acabei por me deixar dormir. Soube bem, ler o jornal, com o mp3 a fazer companhia e o sol a aquecer as costas. Em paz.

Ainda assim, fosse na noite, ao acordar, ou na esplanada faltou-me sempre qualquer coisa. Será que é por ter surfado duas vezes em dois meses?

Castels made of sand




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terça-feira, 23 de março de 2010

sobre música

Há uns anos uma amiga especial disse-me que devia escrever sobre música para ganhar a vida. Não sei porquê, mas ainda hoje duvido que tenha razão.

Há músicas a que eu não tenho absolutamente nada a acrescentar. De diferentes géneros, velocidades, pesos e garantidamente de diferentes moods. Alguém sabe traduzir mood?

Músicas que fazem a aparelhagem estalar.Um saxofone, uma guitarra, um baixo ou simplesmente uma voz e um órgão duvidoso. Mais vezes do que gosto de admitir, obrigam-me a reconhecer que os ingredientes são de qualidade duvidosa. O McCartney não era um grande baixista, o Dylan nunca cantou uma nota e o Kurt Cobain não sabia mais que três acordes. Mas e então? Não serão duas das maiores bandas da história? E Dylan não será a verdadeira voz de uma geração?

Na música não há regras ou fórmulas mágicas para o sucesso. As partituras não passam de elementos de orientação e muitos dos caminhos para o estrelato pouco têm a ver com verdadeira Música. Não há explicação possível e todas as teorias acabam por soar a disparate. É genial porque sim. Porque é.

Hoje, fica um naco suculento de Música. Assim, com letra maiúscula, sem deixar nada por dizer ou dar direito a discussão. E quando assim é ... o melhor é nem escrever.

Beck
Everybody's Gotta Learn Sometimes



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sexta-feira, 12 de março de 2010

Is There Anybody Out There?

Não digo, rigorosamente, mais nada.

Pink Floyd, Is There Anybody Out There?



(É ou não assustador como uma única frase e seis cordas chegam para fazer uma música absolutamente genial.)


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terça-feira, 9 de março de 2010

Many shades of black

The Raconteurs, Many Shades of Black



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segunda-feira, 1 de março de 2010

Velhos amigos

Já me tinham dito que acontecia. Que em certas alturas, por um motivo ou por outro, se passa a acordar sem ter a mais pequena ideia do que se quer. Sempre tive dúvidas que fosse possível. Desta vez, estava enganado - há mesmo alturas na vida em que se acorda sem vontade de sorrir.

Estou sem vontade de escrever, sem vontade de surfar, sem vontade de me divertir. Dizem que passa e há, pelo menos, três milhões e meio de músicas sobre o tema. Ainda assim, desta vez, a melhor companhia nem tem sido a banda sonora. Nas horas de aperto, são os amigos de carne e osso que nos safam. Mesmo estando sempre entre as companhias preferidas, neste caso os discos não chegam.

Ter alguém que telefona, que aparece, que liga a playstation, que insiste na surfada ou que, no limite, aparece com um disco novo para ouvir, é um luxo. Poder ter com quem trocar meia dúzia de, mais ou menos sábias, palavras pode ser o suficiente para encontrarmos a força para recuperar o caminho.

A imagem que me vem à cabeça - talvez pelas horas de Call of Duty a que me tenho sujeitado - é a de um tropa que cai, com um ou dois tiros, em território inimigo. Nessa altura, na vida como no jogo, se não há um Wing Man para nos resgatar estamos tramados. A mim, felizmente não me têm faltado irmãos de guerra.

O problema? Como todos os luxos, seja em Lisboa, no Iraque ou aos comandos de uma Playstation ter apoio ajuda, mas não resolve. Porque mesmo de pé há alturas, ou situações, que são mesmo uma merda. Fodidas de sobreviver e ainda piores de resolver.




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