terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Neil Young

Há figuras de que gostamos e nunca chegamos a saber bem porquê. Uma música, uma frase ou um olhar, qualquer coisa serve para nos convencer. Ficamos fãs e nem somos consultados no processo.

O Neil Young convenceu-me na primeira vez que ouvi a clássica Keep on rockin in a free world. Desde então, aos poucos, lá vou visitando o pai do Eddie Veder.



Com o tempo, tenho recuado na carreira do Young dos Crosby, Stills Nash & ... Sempre cantou com garra, de peito aberto e quase sempre acompanhado pela minha "guitarra" favorita: acústica, com cordas de aço. De esquerda, o que só lhe fica bem, Neil Young sempre teve mau feitio. Recusou a pose de estrela, mas nunca gostou de holofotes. O lema é simples: solitário, rabugento e comuna. Garantido, é que em trinta anos de carreira gravou momentos memoráveis de música.

Old Man


Acho que já sei porque sou fã do Neil Young.


Enjoy

sábado, 19 de dezembro de 2009

Rage Against Cowell

Há dias que acompanho com atenção a batalha entre os Rage Against the Machine e o Simon Cowell, a verdadeira estrela dos Ídolos. Mas hoje tudo tomou uma nova dimensão. Porquê? Porque ouvi a música mais popular da última fornada do reality show inglês. "The Climb", de um tal de Joe McElderry.

Em Inglaterra, ainda os Beatles não existiam e já a música que liderava as vendas no dia de Natal merecia uma atenção especial. Por lá passaram, quatro vezes, os Fab Four, os Pink Floyd, os Queen, o Michael Jackson e sim, também alguns acidentes - as Spice Girls conquistaram o título tantas vezes como os Beatles e em 1988 foi Cliff Richards quem ganhou a corrida. De há quatro anos para cá, tudo piorou e os vencedores têm sido sempre produtos da fábrica X Factor.

O grito de revolta nasceu no Facebook quando um fã dos Rage Against the Machine decidiu lançar a campanha para que "Killing in the name", original de 1992, destronasse o mais recente produto da linha de montagem de Cowell. Inesperadamente, a horas de fechar a contagem, os RATM estavam à frente.

Além de um ou outro vídeo do YouTube, nunca vi o "X Factor", mas a julgar pela amostra portuguesa a música é a menor das preocupações da produção. Feios não entram, gordos dificilmente passam e se não tiverem um gosto de roupa que agrade ao júri estão condenados a serem catalogados como 'azeiteiros'.

Nada contra o programa de que até sou espectador, mas convém salvaguardar as distâncias entre fenómenos de popularidade e músicos. Os músicos trabalham para os discos, os fenómenos de popularidade herdam o trabalho feito por produtores, compositores e letristas principescamente pagos para construir singles de sucesso. O negócio é lucrativo: Cowell, júri e executivo da editora que lança os discos dos candidatos a estrelas, receberá cerca de 100 milhões de euros para apresentar a próxima temporada norte americana do programa.

Zack de la Rocha usa rastas, t-shirts gastas e estou certo que não consegue cantar o "I will survive". Tom Morrelo e Brad Wilk são feios e Tim Commerford tem o tronco coberto por tinta preta. Nunca passariam no Ídolos, mas mesmo assim formaram uma das melhores bandas dos anos noventa. Joe McElderry não inventou nada. Em palco a fórmula é a do costume - sorriso Pepsodent e afinadinho - em CD a receita também nada tem de original: música orelhuda, letra cheia de "passos sem direcção" a caminho de "batalhas em encostas íngremes", um pianinho e umas guitarras para fazer ruído de fundo. Naturalmente que não faltam guinchos.

Enquanto escrevia este texto, o New Musical Express publicou a última contagem e o menino já tinha ultrapassado os RATM. Desculpem-me o final abrupto, mas tenho de ir ao iTunes comprar uma música que já tenho em CD.



Enjoy

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Legendary

Legendary Tiger Man e Asia Argentino, Feminina, Life aint enough for you



Enjoy