segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A história do Cinderella




Vivia numa barraca. Antigo candidato ao título mundial de pesos pesados, Jim Bradock não era um homem de sorte. Os milhões ganhos no boxe desapareceram no ano seguinte com o crash de 1929 e, numa altura em que um bairro de lata invadiu o Central Park em Nova Iorque, foi parar a uma barraca onde vivia com a mulher os três filhos.

A história é conhecida e foi gloriosamente contada em Cinderella Man, o melhor filme da carreira de Russel Crowe.

Falido e a trabalhar nas docas, Bradock deixou de conseguir ganhar nos ringues e uma mão partida acabou por o impedir de trabalhar. A oportunidade acabou por aparecer quando menos esperava: um combate em que seria o alvo. Com fome e medo de perder os filhos, no dia em que voltou aos ringues venceu.

Esta é a história do verdadeiro Gladiador que Crowe contou. Não há leões, soldados ou legiões, mas aqui sim, Crowe desempenha o papel de quem lutou toda a vida. Além dos adversários, nos ringues Bradock enfrentava a fome. Sabendo que a miséria dói bem mais que uma ou duas costelas partidas, trocou socos para recuperar o direito à vida.

Os recados que Ron Howard são directos directo. Aguenta e luta que, mais cedo ou mais tarde a oportunidade aparece. Quando chegar, não a desperdices. Serão verdade?




F.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Euromilhões

A pergunta que toda a gente, uma ou mais vezes, já se perguntou: O que fazias com o Euromilhões? Viagens, casas, misericórdia, barcos, casinos, ilhas, um pequeno país na América do Sul, a Carmen Electra ... há gente para tudo.

Como qualquer outro, eu também não sei bem o que faria se ganhasse o Euromilhões. Mas, garantidamente, que um dia, numa noite qualquer, sozinho ou acompanhado, iria beber um belo vinho, a olhar para o meu Vieira da Silva, sentado na varanda da minha casa Siza Vieira.

A aparelhagem teria de soar melhor que uma orquestra.
Stan Getz, Samba de uma nota só


Enjoy

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Nao consigo ser contra

Não consigo ser contra referendos. Normalmente, os temas em causa nem me suscitam grandes dúvidas e até tem achado que as respostas se prendem, pura e simplesmente, com igualdade de direitos. Também sei que há muito que não vivemos numa democracia directa e há muito que aprendi que às vezes as massas têm de ser empurradas para a evolução. Mas nem assim consigo ser contra referendos. Na volta, acho que nunca é demais ouvir quem, supostamente, devia liderar o rumo do país.

No aborto, no casamento homossexual, na legalização das drogas leves ou na entrada na União Europeia, os referendos só costumam atrapalhar, mas ainda assim acho que nunca é demais parar, ouvir e decidir.


F.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Any Given Friday



Nunca falha. Há anos que todas as sextas-feiras acontece o mesmo. No estreito corredor de minha casa, no alto do único armário, o saco está lá. Pés de pato, fato, wax e a prancha. Hoje, penso nas 41.5 polegadas de Cell, talhados - diga-se, com mestria - pela mão do Gato. Mas todas as sextas-feiras o saco se torna mais visível.

Apanhar umas ondas. Apanhar umas ondas. Apanhar umas ondas. Apanhar umas ondas. ... Não há sexta-feira em que o pensamento não se torne repetitivo. Mas mais que repetitivas, as sextas-feiras podem ser angustiantes. As dúvidas são sérias e as decisões urgentes. Como está o mar? A que horas? Costa, Praia Grande, Peniche? Vamos no teu ou no meu?. No caso do Mr Charles, ainda é sempre preciso discutir a escolha da prancha.

Any given Sunday



Com chuva ou com sol, com muitas ou poucas ondas, com ON ou OFF shore, amanhã é dia de apanhar umas ondas. Nem vi as previsões, mas hoje, como em todas as sextas-feiras, já só penso na hora de fechar o fato e correr para a água. É sempre assim, em Any Given Friday


Dica: Super Bock em Stock, 5 de Dezembro, no São Jorge tocam os Little Joy. Reza a lenda, que a misturada entre Los Hermanos e os The Strokes foi selada à beira do rio Tejo. A vocalista apareceu depois, quando se juntaram para gravar, lá para as terras do Tio Sam. Concerto a não perder.



Bons Tubos

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Valerá a pena?

A aventura começou nos tempos do ido Are You Experienced? quando decidi contar uma história em papel. Sem tempo e sem experiência, decidi arriscar. Um português a viver em Amesterdão e com a vida dedicada à Greenpeace. Foi electricista em fábricas de armamento e em estádios de futebol. Foi punk em Berlim e sem abrigo Portugal. Quis ir até África numa camioneta, mas foi protestar contra ensaios nucleares no Taiti e acabou a defender índios na Amazónia. A história valeu o esforço e hoje, dois anos e três blogs depois, acabei as suas centenas de páginas.

Diz o protagonista, o Mundo está a mudar. Estamos a estragar quem nos dá de comer e a ser indelicados para o planeta que nos acolhe. Por isso, assegura, vamos ser merecidamente castigados. Garante que para passar a mensagem não é preciso recorrer à violência e dá os exemplos de Martin Luther King e de Mahatma Gandhi. Mais estranho ainda? Não segue qualquer igreja, mas acredita numa energia especial. Doido? Lírico? Simplesmente, afanado? Talvez. Depois de várias centenas de horas a tentar ordenar uma vida sem ordem, lembro-me da frase que um polícia brasileiro lhe disse depois de um protesto. "És malandreco. Mas o Mundo precisa de malandrecos como tu."

Se valerá a pena ler? Não faço ideia.




Enjoy