A mãe de todos os continentes, África tem uma energia especial. As cores, os cheiros, as gentes e mesmo o céu têm cheiros diferentes. Têm mais vida, mais paixão, mais raiva, mais sofrimento. A pele, da mãe África, é rija, como couro.
Há mais de um mês fora de casa. Primeiro, pelo Norte do país. Agora, no fim do Mundo. No continente onde uma bola faz correr milhões. Onde uma bola ajuda a juntar os que os homens tinham separado, onde uma bola desperta paixões, a África do Sul está no centro do Mundo. E o Mundo quer saber mais.
Quantos são? De que vivem? onde comem? É seguro? E à noite? E a equipa? Vamos lá? Ronaldo, nas alas ou à frente? Pepe ou Pedro Mendes? Villa, Torres, Iniesta, Xavi, será sequer possível? Não há volta a dar, nesta altura, o mundo voltou a girar em torno da África do Sul. A naçáo do Arco-Iris.
São racistas os seguidores de Mandela. Madiba, por quem têm uma adoração messiânica, está a morrer e os mortais começam a movimentar-se. Uns desculpam-se com o medo para comprar armas, outros montam desavergonhados esquemas de corrupção. E pedir perdão não é sequer hipótese. Na África do Sul, a igualdade foi imposta à força e ainda não tiveram tempo para a digerir. Linguas oficiais, são onze. Tantas como as etnias. Depois é preciso juntar-lhes os único caras pálidas, verdadeiramente naturais do continente.
A mãe África, tem mesmo uma energia diferente. Na África do Sul, um país com todos os ingredientes para ser digno de UNESCO, há muitos a tentar empurrar o país para a frente. A tentar melhorar. Presididos por um louco, os sul africanos estão preocupados com o Mundial. Querem fazer boa figura. Querem mostrar sorrisos e nas ruas quase foram decretados obrigatórios.
Apanharam os larápios do hotel e condenaram-nos em 48 horas. Mesmo desinteressados, no momentos de emergência, os locais ofereceram abrigo. E a paisagem manteve-se esmagadora. De noite, o céu em África é perfeito. Limpo, enorme e com as estrelas a começarem à altura do olhar. De dia, o céu africano é enorme e ajuda a respirar mais e ainda mais fundo. África, tem mesmo uma energia diferente.
Com Portugal a embarcar para 90' de tormentas, o dia será decisivo. É a hora do mata mata, do tudo ou nada a hora em que se destacam os bravos. Serão os nossos craques capazes de fazer história contra uma das melhores equipas do Mundo? Em África, amanhã voltarão os portugueses voltam a estar perto do controlo do leme. Não sei quem irá ditar a orientação do leme, mas contra as probabilidades das bWins, amanhã entramos em campo com a energia da terra onde das tormentas se fez Boa Esperança.
Enjoy
terça-feira, 29 de junho de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
South Africa - Os 24
Nos últimos dias vi meninos de vinte anos a serem tratados como realeza. Hoje vi duzentos mil, a protestar por melhores condições de vida. Em poucos dias, passei do país do faz de conta, para o real. O bem real.
Parece que chegam cansados. Que tiveram épocas de pontapés na bola esgotantes e que alguns até se estão a retirar. Até há quem diga que chegam com o sentimento de que fazem um favor aos pobres coitados que vão assistir aos treinos. Há quem diga muita coisa.
No país dos recibos verdes, dos ordenados de 400€ e em que as ajudas sociais são discutidas, há 24 com direito a tratamento de luxo. Se magoam uma unha? Alguém lhes faz o tratamento. Se querem descansar? Reservam-lhes dois hotéis no topo do país. E ainda vivem rodeados de gente focadas em garantir-lhes o bem estar. Ganham 800€ por dia.
Geram e recebem milhões. Mas as cidades enchem para os ver passar e até o mais lúcido dos cidadãos perde o controlo com uma das suas pancadas na bola. Têm o dom dos sprints que causam calafrios e dos saltos que nos deixam respirar fundo. Bem ou mal aproveitado, bem ou mal entregue, os melhores têm um dom especial. O de fazer, nem que seja por breves instantes, esquecer tudo o resto. Por isso, fazem-se pagar bem e nem é a maior injustiça conhecida.
Hoje, milhares de pessoas pediram justiça. Nos ordenados, nas oportunidades de vida e na sorte. E ainda assim chego ao fim do dia convencido que a solução não se avizinha fácil. A luta vai ser dura , longa e o desfecho nem é sequer fácil de prever. Os 24 não estão entre os culpados, nem tão pouco entre os que podem ajudar a resolver o problema. Mas têm um dom e desta vez, se calhar mais que nunca, deviam ter brio em o exibir. Nem que fosse por breves instantes, fariam esquecer tudo o resto. Nestas alturas, ricos, remediados ou pobres têm de ter brio. Dar o exemplo e provar que, seja em que divisão for, são capazes de vencer.
Tony Allen, Secret Agent
Enjoy
Parece que chegam cansados. Que tiveram épocas de pontapés na bola esgotantes e que alguns até se estão a retirar. Até há quem diga que chegam com o sentimento de que fazem um favor aos pobres coitados que vão assistir aos treinos. Há quem diga muita coisa.
No país dos recibos verdes, dos ordenados de 400€ e em que as ajudas sociais são discutidas, há 24 com direito a tratamento de luxo. Se magoam uma unha? Alguém lhes faz o tratamento. Se querem descansar? Reservam-lhes dois hotéis no topo do país. E ainda vivem rodeados de gente focadas em garantir-lhes o bem estar. Ganham 800€ por dia.
Geram e recebem milhões. Mas as cidades enchem para os ver passar e até o mais lúcido dos cidadãos perde o controlo com uma das suas pancadas na bola. Têm o dom dos sprints que causam calafrios e dos saltos que nos deixam respirar fundo. Bem ou mal aproveitado, bem ou mal entregue, os melhores têm um dom especial. O de fazer, nem que seja por breves instantes, esquecer tudo o resto. Por isso, fazem-se pagar bem e nem é a maior injustiça conhecida.
Hoje, milhares de pessoas pediram justiça. Nos ordenados, nas oportunidades de vida e na sorte. E ainda assim chego ao fim do dia convencido que a solução não se avizinha fácil. A luta vai ser dura , longa e o desfecho nem é sequer fácil de prever. Os 24 não estão entre os culpados, nem tão pouco entre os que podem ajudar a resolver o problema. Mas têm um dom e desta vez, se calhar mais que nunca, deviam ter brio em o exibir. Nem que fosse por breves instantes, fariam esquecer tudo o resto. Nestas alturas, ricos, remediados ou pobres têm de ter brio. Dar o exemplo e provar que, seja em que divisão for, são capazes de vencer.
Tony Allen, Secret Agent
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domingo, 16 de maio de 2010
My favorite things
Dei por mim a pensar, outra vez, nas minhas coisas favoritas. Sol e música, são dois pontos assentes. Além disso, preciso de ter a família, de sangue ou de vida, por perto. Gostar de estar sozinho é bem diferente de suportar viver só. E eu gosto de companhia.
Gosto de sorrisos honestos. Daqueles que não enganam. Em que não dá para disfarçar. Em que se deixa tudo num gesto que, diziam os padres na idade média, nos pode fazer parecer macacos. Além de libertador, rir sabe, pura e simplesmente, bem.
My Favorite Things
Enjoy
Gosto de sorrisos honestos. Daqueles que não enganam. Em que não dá para disfarçar. Em que se deixa tudo num gesto que, diziam os padres na idade média, nos pode fazer parecer macacos. Além de libertador, rir sabe, pura e simplesmente, bem.
My Favorite Things
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terça-feira, 11 de maio de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Entusiasmo
Dizem que foi o concerto que acabou com os sixties. A 6 de Dezembro de 1969, meses depois de Woodstock, com os Rolling Stones como mentores e cabeças-de-cartaz. Um concerto gratuito, nos arredores de San Francisco para tentar recriar o espírito do festival dos "Três dias de Paz e Música". Falharam.
No início de Gimme Shelter (1970), de Albert e David Maysles e Charlotte Zwerin, ouvem-se os organizadores anunciar uma experiência sociológica. "Estão a estacionar no sítio errado. Mas deixem-nos estar", dizem. Pela primeira vez, o princípio seria: os espectadores decidem. Cinco dias antes ainda não tinham recinto e as previsões apontavam para perto de vinte mil espectadores.
Apareceram 300 mil e ainda ninguém, sequer, pensara em segurança. Nas 'barraquinhas', em vez de sandes vendiam-se os aditivos químicos. Para todos os gostos e feitios, dos bons e dos maus e até alguns naturais. Até aqui, nada de novo. E o cartaz até ajudava ao festival onde os Hells Angels tinham sido convocados para o papel de Seguranças.
Mas sem ninguém saber, o mood de Woodstock tinha mudado. O guitarrista dos Jefferson Airplane foi espancado, assim como o baterista dos Gratefull Dead e, salvo erro, o guitarrista que acompanhava o Santana. Entre o público e os Hells Angels, também não apareceu nenhuma empatia. Reza a lenda que a turminha hippie pontapeou umas das Harleys que os seguranças tinham estacionado em frente ao palco. Depois, chegaram os Rolling Stones.
Cada música teve o final antecipado, com Jagger e Richards a pedir para que os ânimos acalmassem e escolherem as mais calmas do reportório. Não sei se terá sido a primeira vez que uma multidão revelou mau feitio, mas é certo que naquela noite não faltaram sopapos entre a geração flower power.
Uns entusiasmados com o consumo de drogas. Outros com um, estranhamente, legal estatuto de autoridade. E à volta do palco, meia dúzia de estrelas com pouco treino entre enchentes e, sobretudo, muita vontade de contrariar a "autoridade". Ao som de Under my Thumb, a escaramuça atingiu o nível histórico. Quando um tal de Meredith Hunter, bem em frente ao palco, sacou a pistola, bem frente ao palco. A reacção do Hell Angel de serviço, apareceu na ponta de uma faca. A autópsia disse que o puto de 18 anos morreu com facadas na orelha, nas costas, marcas de pontapés em todo o corpo e uma grande dose de metanfetaminas. Diz a lenda que queria disparar sobre a banda.
Pelo que tenho visto nas madrugadas do Cais Sodré, não sei se hoje a resposta da Autoridade seria muito diferente. Mas naquele festival, nos arredores de cidade Harvey Milk, o espírito da Paz e do Amor morreu. Quatro nascimentos e quatro mortes, fazem o saldo da última noite da década. Brian Jones despedira-se em Junho e nos dois anos seguintes, Morrison, Joplin, Hendrix também foram e naturalmente, a música e o mood do Mundo mudou.
Terá sido do excesso de entusiasmo?
Enjoy
No início de Gimme Shelter (1970), de Albert e David Maysles e Charlotte Zwerin, ouvem-se os organizadores anunciar uma experiência sociológica. "Estão a estacionar no sítio errado. Mas deixem-nos estar", dizem. Pela primeira vez, o princípio seria: os espectadores decidem. Cinco dias antes ainda não tinham recinto e as previsões apontavam para perto de vinte mil espectadores.
Apareceram 300 mil e ainda ninguém, sequer, pensara em segurança. Nas 'barraquinhas', em vez de sandes vendiam-se os aditivos químicos. Para todos os gostos e feitios, dos bons e dos maus e até alguns naturais. Até aqui, nada de novo. E o cartaz até ajudava ao festival onde os Hells Angels tinham sido convocados para o papel de Seguranças.
Mas sem ninguém saber, o mood de Woodstock tinha mudado. O guitarrista dos Jefferson Airplane foi espancado, assim como o baterista dos Gratefull Dead e, salvo erro, o guitarrista que acompanhava o Santana. Entre o público e os Hells Angels, também não apareceu nenhuma empatia. Reza a lenda que a turminha hippie pontapeou umas das Harleys que os seguranças tinham estacionado em frente ao palco. Depois, chegaram os Rolling Stones.
Cada música teve o final antecipado, com Jagger e Richards a pedir para que os ânimos acalmassem e escolherem as mais calmas do reportório. Não sei se terá sido a primeira vez que uma multidão revelou mau feitio, mas é certo que naquela noite não faltaram sopapos entre a geração flower power.
Uns entusiasmados com o consumo de drogas. Outros com um, estranhamente, legal estatuto de autoridade. E à volta do palco, meia dúzia de estrelas com pouco treino entre enchentes e, sobretudo, muita vontade de contrariar a "autoridade". Ao som de Under my Thumb, a escaramuça atingiu o nível histórico. Quando um tal de Meredith Hunter, bem em frente ao palco, sacou a pistola, bem frente ao palco. A reacção do Hell Angel de serviço, apareceu na ponta de uma faca. A autópsia disse que o puto de 18 anos morreu com facadas na orelha, nas costas, marcas de pontapés em todo o corpo e uma grande dose de metanfetaminas. Diz a lenda que queria disparar sobre a banda.
Pelo que tenho visto nas madrugadas do Cais Sodré, não sei se hoje a resposta da Autoridade seria muito diferente. Mas naquele festival, nos arredores de cidade Harvey Milk, o espírito da Paz e do Amor morreu. Quatro nascimentos e quatro mortes, fazem o saldo da última noite da década. Brian Jones despedira-se em Junho e nos dois anos seguintes, Morrison, Joplin, Hendrix também foram e naturalmente, a música e o mood do Mundo mudou.
Terá sido do excesso de entusiasmo?
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segunda-feira, 29 de março de 2010
Castels made of sand
Despertar tardio e com o corpo bem usado. Depois de celebrar o "jogo título", o roteiro ditou Morangoska e Cais do Sodré. De madrugada, decidi cancelar a ida à praia para a manhã seguinte e acabei por sair apressado do Mercado da Ribeira. Nunca é fácil uma noite em que somos obrigados a reconhecer que Lisboa pode ser uma cidade ameaçadora. E a de Sábado não o foi.
Mesmo sem grande ritmo, com uma ou outra piada, a noite lá se foi fazendo. O suficiente para chegar a casa já bem gasto. Hoje, inevitavelmente, acabei por me deixar dormir. Soube bem, ler o jornal, com o mp3 a fazer companhia e o sol a aquecer as costas. Em paz.
Ainda assim, fosse na noite, ao acordar, ou na esplanada faltou-me sempre qualquer coisa. Será que é por ter surfado duas vezes em dois meses?
Castels made of sand
Enjoy
Mesmo sem grande ritmo, com uma ou outra piada, a noite lá se foi fazendo. O suficiente para chegar a casa já bem gasto. Hoje, inevitavelmente, acabei por me deixar dormir. Soube bem, ler o jornal, com o mp3 a fazer companhia e o sol a aquecer as costas. Em paz.
Ainda assim, fosse na noite, ao acordar, ou na esplanada faltou-me sempre qualquer coisa. Será que é por ter surfado duas vezes em dois meses?
Castels made of sand
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terça-feira, 23 de março de 2010
sobre música
Há uns anos uma amiga especial disse-me que devia escrever sobre música para ganhar a vida. Não sei porquê, mas ainda hoje duvido que tenha razão.
Há músicas a que eu não tenho absolutamente nada a acrescentar. De diferentes géneros, velocidades, pesos e garantidamente de diferentes moods. Alguém sabe traduzir mood?
Músicas que fazem a aparelhagem estalar.Um saxofone, uma guitarra, um baixo ou simplesmente uma voz e um órgão duvidoso. Mais vezes do que gosto de admitir, obrigam-me a reconhecer que os ingredientes são de qualidade duvidosa. O McCartney não era um grande baixista, o Dylan nunca cantou uma nota e o Kurt Cobain não sabia mais que três acordes. Mas e então? Não serão duas das maiores bandas da história? E Dylan não será a verdadeira voz de uma geração?
Na música não há regras ou fórmulas mágicas para o sucesso. As partituras não passam de elementos de orientação e muitos dos caminhos para o estrelato pouco têm a ver com verdadeira Música. Não há explicação possível e todas as teorias acabam por soar a disparate. É genial porque sim. Porque é.
Hoje, fica um naco suculento de Música. Assim, com letra maiúscula, sem deixar nada por dizer ou dar direito a discussão. E quando assim é ... o melhor é nem escrever.
Beck
Everybody's Gotta Learn Sometimes
Enjoy
Há músicas a que eu não tenho absolutamente nada a acrescentar. De diferentes géneros, velocidades, pesos e garantidamente de diferentes moods. Alguém sabe traduzir mood?
Músicas que fazem a aparelhagem estalar.Um saxofone, uma guitarra, um baixo ou simplesmente uma voz e um órgão duvidoso. Mais vezes do que gosto de admitir, obrigam-me a reconhecer que os ingredientes são de qualidade duvidosa. O McCartney não era um grande baixista, o Dylan nunca cantou uma nota e o Kurt Cobain não sabia mais que três acordes. Mas e então? Não serão duas das maiores bandas da história? E Dylan não será a verdadeira voz de uma geração?
Na música não há regras ou fórmulas mágicas para o sucesso. As partituras não passam de elementos de orientação e muitos dos caminhos para o estrelato pouco têm a ver com verdadeira Música. Não há explicação possível e todas as teorias acabam por soar a disparate. É genial porque sim. Porque é.
Hoje, fica um naco suculento de Música. Assim, com letra maiúscula, sem deixar nada por dizer ou dar direito a discussão. E quando assim é ... o melhor é nem escrever.
Beck
Everybody's Gotta Learn Sometimes
Enjoy
sexta-feira, 12 de março de 2010
Is There Anybody Out There?
Não digo, rigorosamente, mais nada.
Pink Floyd, Is There Anybody Out There?
(É ou não assustador como uma única frase e seis cordas chegam para fazer uma música absolutamente genial.)
Enjoy
Pink Floyd, Is There Anybody Out There?
(É ou não assustador como uma única frase e seis cordas chegam para fazer uma música absolutamente genial.)
Enjoy
terça-feira, 9 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
Velhos amigos
Já me tinham dito que acontecia. Que em certas alturas, por um motivo ou por outro, se passa a acordar sem ter a mais pequena ideia do que se quer. Sempre tive dúvidas que fosse possível. Desta vez, estava enganado - há mesmo alturas na vida em que se acorda sem vontade de sorrir.
Estou sem vontade de escrever, sem vontade de surfar, sem vontade de me divertir. Dizem que passa e há, pelo menos, três milhões e meio de músicas sobre o tema. Ainda assim, desta vez, a melhor companhia nem tem sido a banda sonora. Nas horas de aperto, são os amigos de carne e osso que nos safam. Mesmo estando sempre entre as companhias preferidas, neste caso os discos não chegam.
Ter alguém que telefona, que aparece, que liga a playstation, que insiste na surfada ou que, no limite, aparece com um disco novo para ouvir, é um luxo. Poder ter com quem trocar meia dúzia de, mais ou menos sábias, palavras pode ser o suficiente para encontrarmos a força para recuperar o caminho.
A imagem que me vem à cabeça - talvez pelas horas de Call of Duty a que me tenho sujeitado - é a de um tropa que cai, com um ou dois tiros, em território inimigo. Nessa altura, na vida como no jogo, se não há um Wing Man para nos resgatar estamos tramados. A mim, felizmente não me têm faltado irmãos de guerra.
O problema? Como todos os luxos, seja em Lisboa, no Iraque ou aos comandos de uma Playstation ter apoio ajuda, mas não resolve. Porque mesmo de pé há alturas, ou situações, que são mesmo uma merda. Fodidas de sobreviver e ainda piores de resolver.
Enjoy
Estou sem vontade de escrever, sem vontade de surfar, sem vontade de me divertir. Dizem que passa e há, pelo menos, três milhões e meio de músicas sobre o tema. Ainda assim, desta vez, a melhor companhia nem tem sido a banda sonora. Nas horas de aperto, são os amigos de carne e osso que nos safam. Mesmo estando sempre entre as companhias preferidas, neste caso os discos não chegam.
Ter alguém que telefona, que aparece, que liga a playstation, que insiste na surfada ou que, no limite, aparece com um disco novo para ouvir, é um luxo. Poder ter com quem trocar meia dúzia de, mais ou menos sábias, palavras pode ser o suficiente para encontrarmos a força para recuperar o caminho.
A imagem que me vem à cabeça - talvez pelas horas de Call of Duty a que me tenho sujeitado - é a de um tropa que cai, com um ou dois tiros, em território inimigo. Nessa altura, na vida como no jogo, se não há um Wing Man para nos resgatar estamos tramados. A mim, felizmente não me têm faltado irmãos de guerra.
O problema? Como todos os luxos, seja em Lisboa, no Iraque ou aos comandos de uma Playstation ter apoio ajuda, mas não resolve. Porque mesmo de pé há alturas, ou situações, que são mesmo uma merda. Fodidas de sobreviver e ainda piores de resolver.
Enjoy
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
The Police
(reprint de 2007)
Quando no dia 16 de Julho de 1981 Stewart Copeland chegou ao seu local de trabalho foi surpreendido. A bateria estava enfeitada com colares havaianos e a pele de cada tarola tinha sido simpaticamente decorada. “Vai-te lixar”, “Desaparece”, e “Palhaço” eram algumas das inscrições que os seus colegas lhe tinham dedicado. Copeland fazia 29 anos de idade, mas as gravações de Zenyatta Mondatta, o terceiro disco de originais dos Police, não podiam parar. Os dois primeiros álbuns tinham-nos transformado num fenómeno da música mundial, a pressão tinha aumentado e a editora estava sequiosa por mais um disco nos tops de vendas. Por esta altura já Sting assumira a liderança do trio completado pelo guitarrista Andy Summers. “As composições eram geniais, mas o Sting trazia quase tudo feito de casa e gostava cada vez menos que nós alterássemos as suas músicas”, recordou, anos mais tarde, Copeland. Ao fim de apenas 4 anos em conjunto, os Police já estavam no topo do mundo, mas discretamente também já tinham iniciado o caminho para o fim. As músicas de Sting garantiam o sucesso do grupo, mas o seu temperamento também se revelava uma séria ameaça à sobrevivência da banda. Durante as gravações de Zenyatta Mondatta, Andy Summers compôs um instrumental chamado Behind my camel mas Sting não gostou e recusou-se tocá-lo. “Odiava a música de tal maneira que quando um dia no estúdio vi a fita da gravação em cima da mesa peguei-lhe e fui enterrá-la no quintal”, confessou Sting. A composição de Summers acabou por entrar no alinhamento do disco e até ganhou um Grammy, mas foram duas músicas de Sting que garantiram o sucesso do álbum: De Do Do Do, De Da Da Da e Don’t Stand so close to me. Mais uma vez tinha ficado provado quem era o verdadeiro génio por detrás do sucesso dos Police. Os últimos três anos da viagem vão agora ser contados num livro da Taschen com 600 fotografias feitas por Andy Summers: I’ll be Watching You: The Police, 1980-1983.
Em Janeiro de 1977, no auge da explosão do Punk, Stewart Copeland e Sting conheceram-se num clube de Jazz em Londres. A ideia de formar uma banda foi imediata e decidiram chamar Henri Padovani, guitarrista, para começar a ensaiar. A primeira formação durou poucos meses. Já nessa altura Sting era exigente e rapidamente percebeu que Padovani não tinha a qualidade técnica necessária para os acompanhar. Andy Summers, guitarrista de rock fusão, juntou-se ao grupo, mas todos perceberam que uma das guitarras estava a mais. A escolha foi rápida e em Agosto desse ano, Padovani abandonou os Police.
Além dos Clash, dos Sex Pistols e dos norte-americanos Ramones, nessa altura em Londres, um misterioso músico americano fazia sucesso sob o pseudónimo de Klark Kent e a imprensa rapidamente começou a apontar para Stewart Copeland, natural de Virgina nos Estados Unidos, como o autor das músicas. O boato nunca foi completamente confirmado, mas pela primeira vez os Police apareceram nos jornais. Os tempos em que corriam os bares londrinos com o nome de The Elevators e em que cobravam apenas 5 libras cada um por concerto estavam a ficar para trás. No final do ano, a Wringleys Spearmint desafiou os três músicos para pintarem o cabelo de loiro lexívia e gravarem um anúncio de televisão. Precisavam de dinheiro para lançar o primeiro disco e cederam às libras do sistema contra o qual todos os Punks se manifestavam. Perderam os fãs mais puros, foram acusados pela imprensa de se terem vendido, mas conseguiram financiar a sua primeira digressão aos Estados Unidos e a gravação do primeiro disco como Police: Outlandos d’Amour. O primeiro single, Roxanne, ficou para a história e motivou alguns dos momentos mais hilariantes da vida do grupo. Em 1980, os promotores do concerto no Agora Ball, em Atlanta, decidiram organizar um concurso entre as espectadoras: Quem é a Roxanne? Antes do encore, 50 raparigas alinharam-se em lingerie para serem avaliadas quando os músicos regressassem ao palco. “Enquanto olhávamos para as aspirantes a Roxanne, iamos dizendo uns aos outros que éramos uns porcos sexistas”, recordou na sua autobiografia, One Train Later, Andy Summers. Mais uma vez, Sting teve direito ao voto decisivo e foi ele quem escolheu a vencedora de um prémio que ainda hoje é mantido em segredo.
Mas nem sempre foi assim e na primeira digressão, em 1977, a verdadeira luta não era para sobreviver a tanta festa, mas sim para, simplesmente, conseguir dormir debaixo de um tecto e fazer duas refeições por dia. A bordo de uma velha carrinha Ford, os três músicos viajaram acompanhados pelos irmãos de Stewart: Ian Copeland era o responsável por encontrar bares que os contratassem enquanto Miles Copeland, se encarregava de fazer as músicas do grupo passar na rádio. Kim Turner, um amigo de longa data do trio, juntou-se à viagem no papel de motorista. Os locais para dormir eram escolhidos consoante o caminho para o próximo concerto, a alimentação era assegurada nos restaurantes na beira das estradas e todos os cêntimos estavam contados: para os seis elementos da comitiva tinham apenas 300€ por dia e tinha de chegar para alimentação, alojamento e combustível. O som soava a novo. Reagge, Ska, Punk e até sonoridades de Jazz foram misturadas logo desde o início da carreira e o público aderiu imediatamente. Quando no final de 1978 regressaram a Inglaterra já tinham conquistado um razoável grupo de seguidores – o disco de estreia chegou ao top 30 das vendas em Inglaterra - e receberam os seus primeiros banhos de multidão. A carrinha velha em que passaram centenas de horas tinha ficado do outro lado do oceano atlântico e rapidamente começaram a chegar aos concertos a bordo de modelos da Jaguar.
O som reagge
Gordon Summer, conhecido como Sting por ter tocado num concerto de jazz com uma camisola amarela com riscas pretas, já era o líder incontestado do grupo e no segundo disco mostrou porque merecia o posto. Em 1979, para abrir Reggatta de Blanc compôs Message in a botle e pela primeira vez os Police chegaram ao topo das tabelas de vendas no Reino Unido. Nascidos no meio da moda do punk, foi quando se aproximaram mais do som reagge, o título do álbum é uma tradução livre de francês de reagge de brancos, que chegaram ao sucesso. “Nunca vão ouvir as nossas batidas num disco de verdadeiro reagge. O som é exclusivamente nosso, chamo-lhe reagge branquela”, disse Stewart Copeland na sua primeira entrevista à Rolling Stone. Da mistura musical ainda nasceram mais três discos de sucesso: Zenyatta Mondatta (1980), Ghost in the Machine (1981), e Synchronicity (1983).
Nos primeiros anos da década de 80, os Police já eram a maior banda do mundo. Além de várias viagens pelos Estados Unidos e Europa, ainda fizeram digressões à Índia, à Austrália, ao Brasil e Hong Kong e nunca encontraram uma bancada vazia. Habituaram-se a viver na estrada, longe das famílias e dos filhos, mas os problemas começaram a aparecer. Em 1983, Sting era a estrela da banda, detestava que os seus colegas impusessem alterações às músicas que compunha e todos começavam a sentir o cansaço de cinco anos em digressões quase ininterruptas. O anúncio chegou no auge da banda. Synchronicity chegou ao topo das vendas em vários países, incluindo Inglaterra e Estados Unidos, de onde desalojou Thriller de Michael Jackson, e ganhou três Grammys. No entanto, durante a sua digressão a tensão entre os membros da banda tornou-se insuportável e em Março de 1984, no final do concerto no Shea Stadium em Queens, anunciaram uma pausa para recuperar energia. Nunca mais voltaram. “Nós somos uma indústria de vários milhões de dólares. Somos só três. Temos tudo isto e mesmo assim parece que foi há cinco minutos que andávamos em Londres a empurrar uma carrinha avariada depois de termos dado um concerto para ninguém”, escreveu na autobiografia Andy Summers sobre o dia do último concerto. Da mesma forma que os tinha guiado ao sucesso, também foi Sting que acabou com uma das maiores bandas de rock da história. “Há alturas em que a ambição é mais forte do que a amizade”, justificar-se-ia anos mais tarde.
Copeland dedicou-se à composição de bandas sonoras para filmes, trabalhou com Oliver Stone em Wall Street, Andrews passou por vários projectos de jazz fusão e Sting nunca parou de crescer. Da mesma forma que em 1980 aprendeu sozinho a tocar saxofone para acrescentar mais um pormenor ao som dos Police, recentemente passou 5 horas por dia, durante 18 meses, a aprender a tocar as 27 cordas que tem um Alaúde. Logo no seu primeiro disco a solo, The Dream of the Blue Turtles (1985) incluiu numa das suas músicas, Russians, uma composição de Sergei Prokoviev e pediu a Bradford Marsalis, hoje um dos mais respeitados saxofonistas de jazz do mundo, para o acompanhar. No ano passado, quando já todos pensavam que não guardava mais surpresas, editou um disco de música barroca, Songs from the Labyrith, na Deutsche Grammophon uma das mais conceituadas editoras de música sinfónica do mundo.
Além do reconhecimento artístico, o talento de Sting valeu-lhe uma considerável fortuna e só a lista de casas impressiona. O antigo vocalista dos Police tem um mansão de 60 hectares em Wiltshire, uma casa de campo no norte de Inglaterra, um apartamento em Nova Iorque, uma casa de praia em Malibu e uma propriedade de campo na Toscânia em Itália. No total, os seus bens estão avaliados em cerca de 270 milhões de euros e só na digressão a solo em 2005 amealhou 87 milhões de euros. Talvez por isso, sempre recusou a ideia de se voltar a reunir com os seus velhos companheiros de estrada e desde a despedida só voltaram a tocar juntos numa iniciativa da Amnistia Internacional, logo em 1986, e no casamento de Sting com Trudie Styler. “Foi uma festa em que não faltavam bebidas e a certa altura todos nos pediram para ocuparmos o lugar da banda. Bastaram uns minutos para a voltar a sentir a velha energia”, recordou anos mais tarde Stewart Copeland. Não se sabe se terão sido as saudades que levaram Sting a promover a reunião, mas a história recomeça em Vancouver no próximo dia 27.
Enjoy
domingo, 7 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Medo
Lembro-me de olhar para a berma. De sentir o enorme jipe a deslizar. Já não ouvi os gritos dos pneus. Lembro-me de deixar de ver. E afinal, não o sabia, o carrocel só estava a começar.
Estou longe de estar sozinho, pois são muitos os que dizem que sentir por perto a morte muda a vida que se segue. Acrescento que ás vezes, nem é preciso ser a nossa. Saber que só por sorte não se perdeu o pai ou a mãe, a irmã, um amigo próximo ou um primo, faz-nos pensar no velho chavão. Mas a vida é mesmo um bem demasiado frágil.
É o guincho mais arrepiante que já ouvi. O som do metal a raspar no alcatrão, prensado por algumas toneladas de jipe, assusta. Pior, só mesmo o silêncio que se seguiu. Lembro-me de sentir uma pausa, segundos antes de um grande abanão.
Hoje um primo despistou-se. Piso molhado, cavalos a mais debaixo do pé direito e garantidamente que excesso de velocidade. Nada demais. Diz quem viu, que "nem ia depressa". Eu, reservo-me o direito de duvidar.
Lembro-me de olhar para trás e ver a minha mãe e a minha irmã. Lembro-me de respirar fundo ao constatar que os cintos de segurança estavam apertados e que não tinham cedido. Apercebi-me que, se assente nas portas, o habitáculo de um Discovery é do tamanho de uma sala de estar. À procura do pai, olhei para baixo e só vi chapa. Ali, bem por cima da alavanca das velocidades o tejadilho tinha cedido.
Meia dúzia de piões e um carro para sucata. Hoje o meu primo teve a sorte da vida. Ninguém lhe acertou, sobreviveu para contar e nem teve de esperar muito para ser acordado pelos senhores do INEM. Perdeu os sentidos, esperam-no vários meses de recuperação, mas não ficará com grandes mazelas.
Instintivamente, deitei a mão ao meu pai. Lembro-me bem de ver a palma da mão vermelha com sangue. Naquele momento, a última coisa que me passava pela cabeça é que a ferida não era maior que um galo na cabeça. Lembro-me da viagem até ao Hospital em que os bombeiros nos diziam que não era possível termos escapado ilesos.
Hoje o meu primo não teve a mesma sorte. Agora, recupera numa das camas do Hospital de São José, enquanto revê, dezenas de vezes, o filme do dia. Sim, ver a morte de perto, parece um filme. Nem mais, nem menos. Esquecemos bocados, a dor física nunca é tão grande como parece e no final, há sempre alguma coisa que fica. O meu primo, nunca se esquecerá a manhã em que engarrafou uma das maiores avenidas de Lisboa. Viu a morte por perto e eu sei bem o que sentiu.
A gente vai continuar
Enjoy
Estou longe de estar sozinho, pois são muitos os que dizem que sentir por perto a morte muda a vida que se segue. Acrescento que ás vezes, nem é preciso ser a nossa. Saber que só por sorte não se perdeu o pai ou a mãe, a irmã, um amigo próximo ou um primo, faz-nos pensar no velho chavão. Mas a vida é mesmo um bem demasiado frágil.
É o guincho mais arrepiante que já ouvi. O som do metal a raspar no alcatrão, prensado por algumas toneladas de jipe, assusta. Pior, só mesmo o silêncio que se seguiu. Lembro-me de sentir uma pausa, segundos antes de um grande abanão.
Hoje um primo despistou-se. Piso molhado, cavalos a mais debaixo do pé direito e garantidamente que excesso de velocidade. Nada demais. Diz quem viu, que "nem ia depressa". Eu, reservo-me o direito de duvidar.
Lembro-me de olhar para trás e ver a minha mãe e a minha irmã. Lembro-me de respirar fundo ao constatar que os cintos de segurança estavam apertados e que não tinham cedido. Apercebi-me que, se assente nas portas, o habitáculo de um Discovery é do tamanho de uma sala de estar. À procura do pai, olhei para baixo e só vi chapa. Ali, bem por cima da alavanca das velocidades o tejadilho tinha cedido.
Meia dúzia de piões e um carro para sucata. Hoje o meu primo teve a sorte da vida. Ninguém lhe acertou, sobreviveu para contar e nem teve de esperar muito para ser acordado pelos senhores do INEM. Perdeu os sentidos, esperam-no vários meses de recuperação, mas não ficará com grandes mazelas.
Instintivamente, deitei a mão ao meu pai. Lembro-me bem de ver a palma da mão vermelha com sangue. Naquele momento, a última coisa que me passava pela cabeça é que a ferida não era maior que um galo na cabeça. Lembro-me da viagem até ao Hospital em que os bombeiros nos diziam que não era possível termos escapado ilesos.
Hoje o meu primo não teve a mesma sorte. Agora, recupera numa das camas do Hospital de São José, enquanto revê, dezenas de vezes, o filme do dia. Sim, ver a morte de perto, parece um filme. Nem mais, nem menos. Esquecemos bocados, a dor física nunca é tão grande como parece e no final, há sempre alguma coisa que fica. O meu primo, nunca se esquecerá a manhã em que engarrafou uma das maiores avenidas de Lisboa. Viu a morte por perto e eu sei bem o que sentiu.
A gente vai continuar
Enjoy
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Os três aventureiros
Faltam linhas em branco na folha que assinala 20 horas de cada dia. Em poucas semanas, mudei de poiso e saltei um muro de destino incerto. A agenda nunca mais terá tantas linhas em branco, mas o desafio era demasiado aliciante para ser ignorado.
Em poucas semanas, ainda dediquei dezenas de linhas à viagem da vida de amigos. O projecto de um irmão de guerra, de sonho transformou-se em realidade e só na hora da partida os aventureiros se aperceberam de como é dura a realidade. Andam pelo Sul de Marrocos e também eles acabaram de entrar em campo.
Hoje, completei o nono dia de trabalho consecutivo. Estranho é que se o corpo já pesa a energia a sobrar. É sabido que o desafio só agora começou e que o adversário dará muita luta. É sabido que a Derrota nem é hipótese. É sabido que se impõe uma goleada. Se a responsabilidade assusta? Assusta. Não é fácil ser obrigado a ganhar, mas às vezes é mesmo quando aparecem as exibições de Luxo.
Eu e os Três Aventureiros temos encontro marcado na África do Sul, dentro de meia dúzia de meses. Não sei, e muito menos o sabem eles, em que estado será o encontro. Mas, em ritmos diferentes, já todos arrancámos.
Até já.
Enjoy
Em poucas semanas, ainda dediquei dezenas de linhas à viagem da vida de amigos. O projecto de um irmão de guerra, de sonho transformou-se em realidade e só na hora da partida os aventureiros se aperceberam de como é dura a realidade. Andam pelo Sul de Marrocos e também eles acabaram de entrar em campo.
Hoje, completei o nono dia de trabalho consecutivo. Estranho é que se o corpo já pesa a energia a sobrar. É sabido que o desafio só agora começou e que o adversário dará muita luta. É sabido que a Derrota nem é hipótese. É sabido que se impõe uma goleada. Se a responsabilidade assusta? Assusta. Não é fácil ser obrigado a ganhar, mas às vezes é mesmo quando aparecem as exibições de Luxo.
Eu e os Três Aventureiros temos encontro marcado na África do Sul, dentro de meia dúzia de meses. Não sei, e muito menos o sabem eles, em que estado será o encontro. Mas, em ritmos diferentes, já todos arrancámos.
Até já.
Enjoy
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Valleys of Neptune
Um dia ainda vão perceber que não estou a brincar quando respondo "Hendrix" à perguntam por Deus.
Descobriram 60 minutos de música inédita do Jimi Hendrix. E eu, estranhamente, controlei-me quando soube. Evitei a euforia. Afinal, ninguém mais que o Hendrix foi vítima da gravação tão miserável como pirata. E já estou farto de desilusões.
Em casa, à procura das notícias que confirmam que a terra abanou como nunca no Haiti acabei por encontrar o link para um tal de Valleys of Neptune. Alguém descobriu e editou a hora de instrumental que aparentemente Hendrix gravou no final da década de sessenta. O som é assustadoramente genial.
Deus?
Enjoy
Descobriram 60 minutos de música inédita do Jimi Hendrix. E eu, estranhamente, controlei-me quando soube. Evitei a euforia. Afinal, ninguém mais que o Hendrix foi vítima da gravação tão miserável como pirata. E já estou farto de desilusões.
Em casa, à procura das notícias que confirmam que a terra abanou como nunca no Haiti acabei por encontrar o link para um tal de Valleys of Neptune. Alguém descobriu e editou a hora de instrumental que aparentemente Hendrix gravou no final da década de sessenta. O som é assustadoramente genial.
Deus?
Enjoy
domingo, 10 de janeiro de 2010
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